sábado

ad hoc: unha e carne

Devo muito
aos que não amo.
O alívio de aceitar
que sejam mais próximos de outrem.
A alegria de não ser eu
o lobo de suas ovelhas.
(Agradecimento, Wislawa Szymborska)

 
 ossos ancorados no corpo
 o lado de dentro da vida
 no fundo não há de ser nada
 se estamos por fora
 se enfrento e entro na cor
 se um do outro e dos outros um
 alguém se reforça quando volta
 ao pó a pele da matéria poderia
 manter matar ou mudar 
 fugir num assunto de areia
 se não transbordassem brisas
 providas no vácuo

 tecido a pretexto de marcar
 o peixe na coragem do mar que aporto
 fingir junto às unhas
 sentir de vez
 em quando aquela dor fininha
 que decide a dúvida de
 ser cio o enredo ósseo
 porque é preciso ser carne:
   Ora eu te ofereço uma coisa
   cujo o nome não encontro
   o vício do pulso que se perde


Quem?

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