domingo

correspondência



permanente memória a nenhuma
das coisas escritas
há sempre sangue nessa tinta
espanto     espaço
meu corpo entre seus dentes
nem tanto   nem tato
apenas a linha do tempo
tecendo laços
frente a seus lábios cerrados
meus pequenos grandes fardos
somente assim a palavra se abre
preferida fenda da vida
versa o acaso e deixa 
o esquecimento
ser lembrado para além
do sumário
o tempo inventa qualquer hora
enquanto tantos de nós
dois ouvidos cruzados
apenas escutam os dedos de vidro
perfurados nas cartas

Quem?

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Vila Velha, ES, Brazil
linde de sua palavra

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