sábado

oxigênio



um peixe ao espelho
bicho lúcido incisivo
frente à imagem líquida
de um falso abismo
o peixe vê o peixe

um peixe nunca cai em si
permanece a nadar-se
significando sangue sob águas
se a cada escama espreita
ásperos segredos: coisas dos vivos
deslizantes seres aniquilados
talvez um desamparo se esvazie
do aquário, vazios vivos, eixos vagos
é a felicidade fusiforme
a despir-se do peixe o mito
da morte e o que mais 
emerge à deriva
águas de superfície 
o que mais ferve um ambiente 
 na ausência o oxigênio alucina

Quem?

Minha foto
Vila Velha, ES, Brazil
linde de sua palavra

Arquivo do blog

a singrar